quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PONTO DE PARTIDA :: NATUREZA E CELESTE


Ponto de partida
QUASE-HAICAI

NATUREZA - CELESTE




O Universo
é uma máquina
de fazer deuses
Henri Bergson  & eu

Terra, grão de poeira,
-  plano divino -
jardim do Éden  em suspensão.


Arco-íris
pacto da aliança
após inundação.

O mundo nasce
da necessidade
de realizar o sonho da poeira.

Profundezas abissais
são valas zelozas  da vida

  No corpo do mundo
alimenta os sóis,
no homem,fulgura
nas águas do olhar.


Leite de estrelas
nutre constelações
irmanadas.

Se o dia traz a luz,
a noite
as estrelas festejam.


As flores
não têm pudores
de se despirem em público.

Códigos genéticos,
lumes torcidos na corrente
de inimagináveis razões. 

Em tempo real
assiste evolução
do combate celular.

No mundo das margaridas
desfolhar é
despir segredos.


Nos quatro cantos do mundo
brotam solenes
mil arco-iris.

Florir é o realizar supremo
do sonho do fruto.

O  grão de areia
dorme prisioneiro,
acorda pérola.

O Sol jorra feixes de energia
realizando na Terra
o magno ciclo da Vida.

Quem foi que disse
que flor
é Natureza Morta ?


A célula planetária não cria,
transforma
como máquina eficiente.

No rochedo um tapete
de veludo verde
estende sua maciez.

A tarde arde,
imprime o clima
de réquiem, de fim.

No mar a orla
borda ,serpenteia
em renda prateada.
Brisa,breve bênção da noite,
alívio na escuridão.


A Luz do Sol
desvenda o mistério
da árvore que chora.
(parque/café/1981)
Azul estreladono fim da tarde,
astros em móbile.

Praia de  areias claras
de  águas verdes
ondas raras.
Calo rubra,
 eu, criatura de Prometeu,
- barro sem voz
 
 Sombra,
que não quer ser sombra
é mais sombria,é negra

O átomo
réplica perfeita
de um sistema solar.

Mil sóis choram
lágrimas no mar
- berçário da vida

Luas e criaturas
efêmeras eclipsam
tragadas na noite

Se beijo a treva
a noite se esparrama 
de felicidade.

Astro formoso
luzidio
altivo rege os dias.

Um disco girante
qualhado de estrelas
- a Via Láctea.

A Lua pousa tímida,
no mar mergulha
e se esconde.
 
O  Sol,
quinta estrela em plenitude
fornalha da vida.

Via Láctea,
caminho de leite
no peito divino.

No recife de corais
anéis rococós
petrificados.

Fonte renascida
canta a beleza
da trasnsmutação da vida.

Nascendo
produzimos água,
condensamos luz
na matéria.

Mergulhado no insondável
a essência da realidade,
o substrato de todas  existências.


Nasce no Nada
a essência da realidade.

O Nada embala
todos os possíveis.

Cem bilhões de Galáxias 
superaglomeradas orbitam atentas
ao crescimento humano?

Mecânica celeste revela
estrela invisível
alimentando planetas  em formação.

Compensando o conflito do dia
a noite embala a cantar
o sonho,a ousadia.
Semente luminosa,germe da alma 
- cai na Via Láctea,
atraída pela vida sinuosa.

A água...o fogo...
A Vida
O fogo é a vida da água.
A Terra não é uma bolota 
cheia de água e semente,
é uma célula incrivelmente viva.

Nos veios da Terra mapas fíéis
artesanais carrosséis
de lidas ancestrais.

Mais bonito que flor ter  perfume
é ela ser
o berço do fruto.

O rio desce
levando a flor
contente ,cantando.

O Sol acorda a vida,
vive, fica e vai-se
pra mais acordar.

Desde o princípio
o destino  da Terra é florir.

Quasar com  idade do  Universo
irradia ao longe,
- acena festivo.

Fluído vital
eletricidade animal
do fluído  universal.

O Sol matriz da Vida
amamenta,acalanta  a lida
semeia inteligência 
- mostra diretriz .

A voz da luz
abarca  a harmonia
coordena a sinfonia.
 
A luz invade mansa
e a escuridão desintegra.
 
A Noite não pede licença,
empurra o dia e rege.
  
O rio, o homem ,a flor ,trígono
ardente e augusto.

 Finca raízes,
cresce
- acrescenta novo horizonte.

Fios de estrelas
ladeiam eclipse
e servis cortejam.

Água líquida vira chama,
ora evola,ora inflama.
Imerso na energia vibratória
em vibrato vibra.
No despontar da aurora 
o rio canta,não chora.

Na Terra nascem as flores
    para colorir muitas làgrimas.
             
A Terra coberta de flores
oferta bem mais amores.

Tremores no chào
abalam as nuvens
repletas de anjos.

Cèu azul reluzente
alma furta-cor
no vermelho poente.

Ondas sonoras
ultrapassam rochedos    
sedentos de fragmentos.  
O Sol solidàrio
excita e solicita,
- incita solidariedade
 Morte  e Vida
irmás gëmeas
brincando de pega

No campo 
a fortaleza  do repouso
em  extrato.
O Sol se curva,
 abrasa a Terra 
que grita florindo.
A vida na Terra
surgiu submersa,subiu viu o Sol
e se enamorou.
Se uma flor
merece ser louvada
muito,muito mais toda a árvore.
                       
A noite rege
com seu cortejo de estrelas
faiscantes
    A noite vem
  nublando a tarde
  que clama mais horas
Girassóis e miosotes,
clareiras de giro do dia.

Matas ,serrados,jardins
farmàcias mimosas
nas flores e frutos
 
A flor se abre
no tempo implacàvel
e finge não ver

Num jardim rural
a flor choraminga
anônimamente.
O rio manso não corre
infinito ele desliza
Sentir o canto das horas
rever
a chegada da aurora.
No jardim a rosa sorri 
na jarra ela chora seu fim.
Baila em trovões,
no ardor evola cristais
 - desmancha-se na cidade.
Ponto de partida 
2002
"ADEISMO"
1)-  NATUREZA   e   CELESTE   
2) -  COISAS   e      ÓBVIOS
3)  -  HUMANO  e    IDEAL
4)  - SURTOS  e  EXPERIÊNCIAS

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